sexta-feira, 11 de março de 2011

O retorno


Preparo-me, arrumo minhas coisas na mala velha, que foi e voltou muitas vezes de lugares diferentes. Dentro dela coloco livros velhos, livros novos que comprei para o próximo semestre, minhas roupas novas e aquelas velhinhas que estão comigo desde do Ensino Médio. Porém o que mais pesa e ocupa espaço nesta mala são os desejos, pois agora se encera um ciclo para começar outro. O peso do Jornalismo veio chegando de vagarzinho, sorrateiro e agora consome toda  mala de viagem. Sinto que neste quinto semestre o fardo se pesará ainda mais, afinal de contas, falta pouco para poder dizer: SOU JORNALISTA. Acredito que a frase seguinte será: E AGORA?

Por um instante respiro. É, realmente é chegado a hora de voltar. Retornar a realidade universitária e sentir o fardo jornalístico do dia-dia. Quem pertence a essa “classe estranha” sabe do que estou falando. Cursar Jornalismo significa, em miúdos, ser um tudo coberto de nada. Ao analisar desta forma percebo profundamente que minha mala está realmente pesada e é meu dever fazer com que ela se torne leve na viagem de volta.
O retornar tem o poder de nos transformar, pois o desejo de mudança é tão abundante dentro de nós que é capaz de consumir todo o peso. E experimentar essa realidade depende muito de mim.  
Na despedida deixo para trás o sorriso de minha mãe, a comida pronta, a roupa lavada, a casa limpa, as madrugadas com os amigos, os churrascos do meu avô, os beijos de minha avó dizendo: Minha princesa e os abraços que só meu pai sabe dar. Certas coisas encontramos apenas dentro do nosso verdadeiro Lar. Esta estranha sensação de perda se assemelha a primeira vez que parti em 2009. Tudo se resumiria assim: uma criatura indefesa que aprendeu a conviver com os “leões do dia-dia”, a matar um por dia e por incrível que pareça esta criatura ousou, se juntou a eles e foi ser uma LEOA também. Hoje, o retornar a minha realidade é menos duro. A primeira vez foi desesperador, agora se tornou encorajador. Mudar é preciso e faz bem a alma.
            Por esse e inúmeros motivos que tenho que voltar. O retorno preenche a ausência de coragem do meu coração, pois o jornalismo me espera e minha segunda família de Barra do Garças-MT também. Em solo matogrossense existem coisas e pessoas que conquistei apenas por lá e isso tem um significado grandioso para mim. Alimentar esse ego me faz bem.
No final o retorno se torna tranquilo e a realização deste sonho exige de mim muita calma, prudência, respiração, serenidade e sabedoria. A certeza de que o fim será uma explosão de sentimentos me conforta. No fim, em auto e bom som, poderei comemorar ao lado de especiais e insubstituíveis.  Ai sim, olharei para trás e direi: Retornar para me graduar valeu muito a pena.   

8 comentários:

  1. Amor ate chorei quando li porque isso tambem é minha realidade e me sinto bem assim como voce disse...
    Mas sera muito bom estarmos todos juntos novamente.
    TE AMO AMOREEE

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  2. só você né? que chorou? aham looka! ueheu
    max liiinda sua liinda te amo!

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  3. Parabéns Flor... O texto está digno de uma jornalista! Beijos

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  4. Obrigada pela fidelidade de vocês queridas!

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  5. Seu texto está muito bom.. e mesmo eu que moro com meus pais consegui sentir pelo post como é ter q se afastar deles!! ;D

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Acho que vc não vai ter problemas depois que vc for jornalista não... rsrsrs.... Muito bom o texto... rsrs.... também sinto falta das madrugadas... rsrsrs... bjão

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