Talvez seja fácil fugir neste momento, deixar tudo para traz e disser que não dá mais.
Um filme começa a passar em minha mente, vejo as imagens do passado se misturando com as do futuro como em um turbilhão. Estas imagens se juntam e formam meu presente vazio.
Pode até parecer fraqueza de minha parte admitir todos estes fatos neste momento, afinal estou aqui, e daqui eu não vou sair. Mesmo que meu corpo deseje a partida, ainda existem raízes que me prendem neste lugar.
Sei que meu dia hoje está sem esperanças, sem direção, mas sinto que estar diante da tela de meus pensamentos loucos e misturados, de certa forma, conforta meu coração, afinal, todos estes momentos pertencem mais ao coração do que a mim.
Meu coração sabe mais de mim do que eu mesma. Ele carrega consigo algo que meu humano ainda não consegue ver. Talvez este seja meu erro: ser humana de mais, ser carne de mais, sei que quero ser quem eu não sou, ou pelo menos tento demonstrar esta realidade.
Parece tudo tão obscuro, tão opaco. Antes parecia tudo tão simples, em um alto grito de criança todos olhavam pra mim e vinham me socorrer, hoje do que adianta gritos? Eles não são nada diante de todos os gritos que se desesperam ao mesmo tempo em minha volta. Minha voz virou suspiros de lágrimas engolidas pela minha garganta. Clamar parece que não tem mais o mesmo efeito de antes. Hoje minha realidade não é mais a mesma, meu grito não é mais o mesmo, o meu momento não é mais o mesmo... nada é como antes. Esta tudo longe demais para que eu perceba e sinta o que sou agora.
Me vejo estranhamente diferente de antes e ser como eu estou, não está fácil . Percebo que não tenho dimensão do quanto à estranheza de acompanha, o quanto me sinto desgarrada de mim mesma, separada do meu coração, por isto não sinto o seu pulsar como antes.
Meu humano precisa se entoar na sintonia de suas batidas, precisa não apenas senti-las mas vive-las, escuta-las não com o ouvido mas com a alma. Preciso refletir este coração em meu humano e quem sabe encontrar a direção do meu eu hoje.
Ps: este espaço é totalmente pessoal.
Por: Maxmyllyanne Morais / 2006
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